Três Vivas para os Bombeiros, VIVA VIVA VIVA!!!

Acabei de chegar a casa depois da minha primeira aventura com três bombeiros. Sim é verdade, não foi um nem dois, mas sim três ... três bombeiros fardados.

Ai ai, que mentes perversas, aventura mas não desse género. Mas que maldades vão nas vossas cabecinhas.

Vou contar-vos o que se passou antes que tirem conclusões precipitadas acerca do sucedido...

- Tou? Fala dos Bombeiros?
- Sim, em que posso ajudá-la minha senhora?
- Estou a ligar por causa de uma gata, preciso da vossa ajuda.
- Onde é que ela está presa? Subiu ao telhado?
- Não precisamente...
- Numa árvore?
- Não..
- Então onde está?
- Na sala...
- Na sala? Na sala de sua casa?
- Não, na casa de uma amiga.
- Mas ele ficou entalado em algum sítio?
- Não, está no chão da sala atrás do sofá.
- Minha senhora, mas o gato está vivo? É que se estiver doente é melhor chamar o veterinário.
- Não, está vivo e bem vivo ... aliás, mais vivo não poderia estar...
- Desculpe minha senhora, mas não estou a perceber.
- Eu passo a explicar. Eu e a minha irmã viemos a casa de uma amiga dela e trouxemos a gata, só que essa amiga tem dois gatos adultos e quando os viu ela ficou em pânico. Não quer sair de trás do sofá, está a bufar imenso, e tentou atacar-nos de tal maneira que não conseguimos pegar nela para a meter novamente na transportadora.
- Minha senhora, mas isso não é da nossa competência, se está dentro de casa os donos é que provavelmente poderão conseguir pegar nela e não estranhos não acha?
- Pois, mas a dona está aqui e foi atacada pela gata. Temos que ir embora e não conseguimos pegar nela. Por favor venham cá, porque já telefonamos para a clínica veterinária e eles dizem que já não têm médico de serviço para vir a casa em urgência.
- Bem, vou mandar para aí uma viatura. Qual é a morada?
- Só um momento que vou passar à dona da casa....


Poucos minutos depois, chega a dita viatura com três bombeiros.

- Então minhas senhoras? Onde está o animal?
- Está fechado na sala.
- E o que lhe fizeram?
- Nós? Nada, pergunte antes o que ela nos tentou fazer. Ela está completamente possuída.
- Vamos lá ver o que podemos fazer.

Entraram na sala e só se ouvia a gata a bufar e a miar tão alto que parecia que furava os tímpanos.

Ela passou do sofá para debaixo do móvel, para o meio da sala, para debaixo da mesa, novamente para o meio da sala e terminou atrás do outro sofá.

O corajoso só dizia: "Deixem estar que eu trato-lhe da saúde. Anda cá bicharoco, tu não brinques comigo. Anda cá, não me bufes pá. Olha tá armada em forte, xiuuu, tá calada moça que não és nenhuma fera."

O mais novo, que por sinal era o mais alto e corpulento só dizia: "Eu não vou lá pá, tu é que tens as luvas, não meto lá a mão. Ó menina, passe-me a esfregona para ver se eu a consigo empurrar."

O outro bombeiro, já com uma certa idade, comentava apenas: "Arranjaram-na bonita arranjaram, então trazem para cá um gato assim?... Ai realmente, olhem o que arranjaram..."


Depois de um hora nisto, a somar à outra hora em que estivemos sozinhas a tentar resolver a situação, o desejado aconteceu, ela entrou na transportadora. Como? Podem não acreditar mas é a mais pura das verdades. O bombeiro mais velho, conseguiu encurralá-la atrás do sofá e disse-lhe "Vamos lá menina, é entrar na caixa, vamos lá."

Não sei se foi do ar decidido dele, da firmeza na sua voz, ou simplesmente porque ela achou que já nos tinha dado baile suficiente, mas a verdade é que entrou direitinha sem bufar ou miar.


Não hajam dúvidas, não há nada como um homem fardado para pôr qualquer fêmea em sentido!!!