14 junho 2006

E o que pensa o comum cidadão da Lei da Paridade?

"Estamos aqui nas ruas de Sta. Catarina no Porto para procurar saber a opinião dos portuenses acerca da Lei da Paridade que, ao que tudo indica, será novamente alvo de votação na Assembleia da República no próximo dia 5 de Julho de 2006. Ora vamos procurar aqui alguém que esteja diposto a dispensar-nos uns minutos...... Muito boa tarde, o senhor como se chama?"

"Eleutério Joaquim da Costa Severino, Terinho para família e amigos."

"Qual a sua idade Sr. Eleutério?"

"54 anos, feitos neste último Domingo que passou."

"Aproveito então para lhe dar os parabéns atrasados."

"Muito obrigada, não vale a pena que agora não se caminha para mais novo não é verdade, hehehe, quem me dera ter novamente 20 anitos e saber o que sei hoje".

"Qual a sua profissão?"

"Estou no ramo da construção civil, sou pintor de primeira."

"Sr. Eleutério, estamos nas ruas a fazer entrevistas para saber a sua opinião dos portugueses sobre a Lei da Paridade. Sabia que vai haver nova votação na Assembleia da República no dia 5 de Julho?"

"Ora pois isso é que já não sabia, tenho andado um bocadito afastado das notícias desde que a TV Cabo me cortou o sinal, sabe é que eu tinha lá em casa uma caixa, daquelas que se apanhava os canais todos, sabe qual é? Era jeitosa porque apanhava tudo, até a Sport TV e aqueles mais puxadotes se bem me entende. Mas esses também confesso que não os via muito que aquilo também é um exagero de pouca vergonha."

"Bem, voltando à Lei da Paridade, então o que pensa sobre o assunto?"

"Portantos, eu acho bem, sinceramente pensando bem eu concordo com isso. Eu acho na minha opinião pessoal que se há crise económica há que começar a cortar por onde se puder."

"Desculpe, crise!? Podia explicar-nos melhor o seu ponto de vista?"

"Ora como eu dizia, efectivamente, se há crise é preciso começar a cortar, e devia era de se começar pelos carros dos deputados, salários e coisas assim que eles vivem no bem bom e quem se lixa é o mexilhão, mas já que isso não se pode não é, porque o tal Lobos que tanto se ouve falar não deixa, então há que fechar as maternidades de uma vez por todas."

"Lobos?!!!"

"Sim, um tal de Lobos, então não se passa a vida a ouvir nos telejornais e debates que há muitos Lobos. Eu pessoalmente não os conheço que não estou envolvido nesses meandros, mas acho deve ser uma família assim poderosa como a do Belmiro de Azevedo, é que eles estão em todo o lado, ele é o Lobo dos políticos, o Lobo dos homens sexuais, o Lobo dos professores, esses Lobos, tá a ver?"

" ....... bem, vamos passar à frente e depois corta-se esta parte, voltando à Lei da Paridade podia explicar melhor a relação entre este tema e o encerramento das maternidades?"

"Prontos assim por dizer, acho que é muito simples e olhe que eu tenho só a 4ª classe que na altura eu tive de deixar a escola para ir fazer uns campitos dos meus pais que na altura aquilo ainda dava coisa que se via, agora é que o tempo está todo maluco derivado do buraco do ozónio e não dá nada. Pois portantos, veja bem, se não há dinheiro para manter as maternidades, há que fechar e as grávidas que vão para os hospitais centrais."

"Grávidas, hospitais e maternidades, desculpe mas eu continuo sem perceber o que isso tem a ver com a Lei da Paridade."

"Ó valha-me Deus minha senhora, sabe qual é o problema? É que hoje em dia as pessoas têm a mania que sabem muito e que são todas doutoradas, que no meu tempo chamava-se mesmo era parir..."

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