05 junho 2006

As minhas aventuras com o meu carro e viaturas alheias: A primeira de muitas que hão-de vir...

Ontem à noite estive na cama a pensar se devia publicar este post ou se, para o meu bem, deveria de omitir estes episódios verídicos humilhantes.

Podem achar estranho este comentário, mas depois de algum tempo a ler aqui este tipo de peripécias, começo a achar que vão poder pensar que eu não regulo bem. Contudo, quando pensava nisto, outra ideia me ocorria “as pessoas que me conhecem já pensam isso e sempre que têm a oportunidade, dizem-mo frontalmente”, por isso que se lixe e aqui vão mais alguns.

Para além das minhas gaffes habituais, há uma constante no meu repertório que são aquelas que envolvem veículos motorizados. E se com o meu carro (já que fui eu que o paguei até ao último cêntimo, a situação é pacífica) com as viaturas alheias o caso assume proporções mais graves e inclusivamente têm ocorrido episódios pontuais de violência doméstica em sua consequência (claro que me estou a referir ao carro do meu marido, mas a seu tempo lá iremos …)

Ora há alguns anos, era eu proprietária de um Seat Marbella preto. Ainda se lembram do modelo? Caixa de fósforos, parecido com o Fiat Panda, aliás, eu ficava fula de cada vez que me diziam que eu tinha um Panda, porque por favor, não há sequer comparação possível…

Bem voltando ao meu carro, ainda andava eu na secundária quando, eis que surge a oportunidade de sair com as minhas grandes amigas da altura: Xaninha e Joana. Loucos eram os tempos em que íamos para casa das outras experimentar e trocar roupas. Já agora um outro aparte, emprestar coisas à Joana era “na boa” porque ela devolvia, agora à Xaninha, bem isso agora era outra coisa. Sim, porque esta é aquela amiga que por muito que sejamos loucas, ela consegue ainda ser pior. Era aquele tipo de amiga que nos telefonava e dizia assim: “Bi, anda buscar-me porque os meus pais saíram de manhã para o trabalho e não me deixaram dinheiro e não posso sair de casa com o carro porque não tenho gasolina e nem de autocarro posso ir ter contigo porque não tenho dinheiro para senhas”. Mas para que não fiquem a pensar mal dela eu vou explicar-vos de onde vinha o seu problema: os pais dela eram primos direitos e como se costuma dizer: casamento entre primos direitos dá filhos malucos.

Bem, imaginem o filme, sábado à noite (não o filme Febre de Sábado à Noite seus ursos), casa da Xaninha a trocar roupa. Surpreendentemente, foi nessa noite que encontrei na estante do seu quarto os meus livros todos do Miguel Esteves Cardoso que lhe tinha emprestado há séculos e que ela me tinha garantido que não os tinha.

Saímos de lá e estávamos espectaculares. As três na minha voiture em alto estilo quando algures pelo caminho consigo detectar uma luz vermelha estranha acesa no painel. Algo de errado de passava, e por isso entrei de imediato em pânico. Aquilo ainda podia explodir ou coisa do género e lá se ia a nossa noite de loucura. Mas que se lixe, pesando as duas hipóteses: correr o risco de morrer carbonizada em plena Foz enquanto se procura estacionamento ou não ir sair de todo, a resposta parece óbvia não acham? Nem pensamos duas vezes… toca a “botar-nos à estrada” que já se faz tarde.

Andamos então montes de tempo às voltas à procura de lugar quando o carro começa a soluçar e a ir abaixo. Eu voltava a ligar e ele ia abaixo, eu dava à chave novamente e tentava andar e ele ia abaixo e assim sucessivamente. Grave, muito grave, era só isso que eu pensava, mas mesmo assim continuávamos a andar, não fosse aparecer um daqueles lugares que parecem mesmo milagre por se situarem exactamente à porta do nosso destino ou pelo menos num raio de 10 metros (no máximo claro) que não podemos andar muito com tacões altos, e quando a noite terminasse logo decidiríamos o que fazer.

Depois de várias vezes ter ido abaixo eu tomei uma decisão: “Meninas desculpem lá, mas eu vou a uma bomba de gasolina procurar ajuda ou pelo menos, ligar ao meu pai para ver o que ele pensa que pode ser”. Isto seria obviamente a última alternativa, já que lhe telefonar implicava automaticamente o término de uma noite que podia ser maravilhosa, nem que terminasse com três adolescentes carbonizadas, pois ao menos morríamos felizes e acima de tudo, com estilo.

Parei na bomba e estava prestes a pedir ajuda, em desespero de causa, quando finalmente percebi o motivo pelo qual a luz estava acesa: Surpreendentemente o meu Seat Marbella conseguia andar, ainda que com muita dificuldade, com o travão de mão todo puxado para cima …

3 Comments:

At 4:14 da tarde, Anonymous Anónimo said...

boa tarde cara blogista..., permita que a trate assim visto desconhecer qual o seu first name.
È realmente com agradável surpresa que entre nós os blogistas... temos uma mulher (parece-me) com todo o respeito que lhe é devido, que assume as suas dificuldades de condução, que por sua vez são mais comum entre o sexo feminino como é sabido de todos e também negado pelas mesmas. Agradado com o post,
continue
Abraços

 
At 12:47 da tarde, Blogger Bi said...

Bom dia caro "Anonymous"

Aproveito desde já para agradecer ter consultado o meu blog e principalmente o facto de se ter dado ao trabalho de deixar um comentário (muito interessante, por sinal) a este meu post.
Pois é verdade, confesso que tenho bastantes dificuldades na condução devido essencialmente à minha natureza: ser mulher. Contudo, apesar de toda a minha azelhice, nunca atropelei nenhum ser vivo (pelo menos que tivesse reparado). Sei que vou ser bombardeada com comentários por parte de mulheres que defendem exactamente o contrário, mas infelizmente há que assumir que a nossa condição de mulher faz com que a nossa orientação espacial tenha algumas limitações. A vida é assim mesmo, feita destas pequenas curiosidades. Não fiquem tristes minhas senhoras que há outras áreas em que as mulheres dominam.
Bem, voltando ao que realmente interessa, convido-o a consultar regularmente o meu blog, pois tenho a certeza que ainda irá encontrar mais aventuras mirabolantes (e verdadeiras, confesso com toda a humildade)com o meu carro e viaturas alheias.

Abraço

Bi

 
At 5:59 da tarde, Anonymous Anónimo said...

mulheres...xD

 

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